Mês da Mulher: cai número de mortes de mulheres no trânsito de Campinas

Em 2023, foram 27 vítimas femininas, número que caiu para 21 no ano passado; saiba como reforçar segurança com as atitudes defensivas corretas

Menos mulheres estão perdendo a vida nas vias urbanas e rodovias de Campinas. É o que apontam os dados da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), em comparação feita entre os últimos dois anos. De acordo com o Relatório Anual de Sinistralidade no Trânsito, das 159 vítimas fatais registradas em 2023, 27 eram mulheres – ou seja, 17%. Este número caiu para 13,5% em 2024, quando foram computadas 156 vítimas fatais no trânsito da metrópole, sendo 21 mulheres.

Neste contexto, um número chama a atenção. Em 2023, a maioria das mulheres que perdeu a vida no trânsito de Campinas não conduzia um veículo. No momento que se tornaram vítimas, estavam circulando a pé pela cidade. Naquele ano, do total de óbitos de pedestres (44), 27% eram vítimas do sexo feminino (12).

Já em 2024, este número teve uma queda significativa. Ao longo do ano passado, elas representaram aproximadamente 16% do total de 44 mortes registradas no grupo, ou seja, sete mulheres.

Também foram sete as que perderam a vida como motociclistas ou garupas, mas representando um percentual de 9,7% do total de 72 óbitos computados neste grupo. Em 2024, o maior percentual ficou entre as ocupantes de demais veículos, com aproximadamente 19% do total de 31 pessoas. O número de vítimas neste grupo, no entanto, é menor: foram seis vidas de mulheres. Entre as ciclistas, uma vítima foi registrada (11% de 9).

Em 2025, até o momento, foram contabilizados 10 óbitos decorrentes de sinistros (acidentes) de trânsito que ocorreram em janeiro. Entre eles, apenas uma mulher, pedestre.

A coordenadora de Educação e Cidadania da Emdec, Mariangela Pereira, avalia que os fatores que levam à grande diferença na quantidade de vítimas do sexo masculino e feminino são construídos desde cedo. “O maior número de mortes de homens do que mulheres no trânsito é um fenômeno observado em todo o mundo e diferentes estudos demonstram que essa diferença acontece desde a infância”, destaca. “Isso pode ser explicado pela maior exposição de homens a algumas situações de trânsito, mas também pelas diferenças de socialização e performance de gênero, que incentivam homens a adotarem mais comportamentos de risco e usarem menos equipamentos de segurança durante seus deslocamentos.”

Confira orientações de segurança para circular a pé

Para diminuir a estatística de mortes de pedestres no trânsito, é possível reforçar comportamentos seguros e atitudes defensivas ao circular a pé pela cidade. Para todos os gêneros.

Veja o que fazer para se proteger:

– Sempre use calçadas, respeite semáforos e atravesse as vias em áreas destinadas a pedestres, como passarelas e faixas de pedestres.

– Quando for atravessar uma via, confira veículos próximos e faça contato visual com os condutores, para ter certeza de que, além de ter visto cada um deles, eles também viram que você está realizando a travessia.

– Caso tenha uma árvore próxima enquanto aguarda para atravessar, redobre a atenção ao sair da calçada. Tenha certeza de que a árvore não obstruiu nem a sua visão em relação aos veículos, nem a visão dos condutores em relação a você.

– Não realize travessias entre os veículos, evitando atropelamento por motos ou bicicletas.